segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Projeto: Mães pela igualdade


Projeto Mães da Igualdade espalha mensagem de inclusão com apoio do Transgrupo Marcela Prado
Por: Wander Mosco

Carla Amaral e sua Mãe, Maria Amaral
Marcos Gasparini e sua Mãe, Raquel Gomes
A luta por igualdade, no campo dos direitos humanos, tem se intensificado no Brasil desde que diversas lideranças, ditas “defensoras da família”, têm se manifestado de forma fundamentalista sobre o assunto. O foco principal de tais vozes é difundir uma visão muito particular, baseada geralmente em suas crenças religiosas, sobre assuntos de grande repercussão, mas que em verdade demandam análise muito mais minuciosa e racional para se obter consenso. As mães, dentro do contexto cultural de nosso país, estão  no centro da base familiar, e se destacam entre pais, irmãos e outros parentes próximos quando um de seus filhos decidi assumir, para a família, sua orientação sexual. A militância LGBT tem percebido que a promoção de políticas igualitárias precisa do apoio dessa figura tão importante de uma família, a mãe, para avançar na conquista de direitos. O projeto Mães da Igualdade nasceu com o intuito principal de ouvir e difundir as vozes dessas mães para poder mostrar à sociedade brasileira que existem familiares que amam seus filhos, independentemente de suas orientações sexuais. A primeira mãe a se unir ao apelo foi Angélica Ivo, reconhecida lutadora e militante da igualdade, cujo filho, Alexandre Ivo de apenas 14 anos, foi assassinado em 2010. "Não podemos deixar os extremistas religiosos monopolizarem a linguagem dos “valores familiares.". Quem melhor para ter direito a esta linguagem do que as mães? ", afirma Joseph Huff-Hannon, jornalista que está coordenando o projeto criado pela ONG internacional AllOut  (http://allout.org/pt). A instituição está organizando e integrando mães de todo o país em uma campanha que levará testemunhos juntamente com fotos das mães em exposições com o intuito de difundir os ideais de igualdade e respeito preconizados pelo projeto. O projeto conseguiu também apoio para a construção artística das imagens com o projeto InsideOut (http://www.insideoutproject.net, página em inglês), de responsabilidade do mundialmente reconhecido e premiado fotógrafo JR. As principais cidades, que possuem atualmente mães representantes no projeto, são Brasília, Curitiba, Rio de Janeiro, Recife, São Paulo e Maceió. A quantidade de cidades participantes aumenta conforme o projeto ganha visibilidade em território nacional seja via internet ou através das ONGs brasileiras que firmam parceria com a campanha. "Sinto orgulho de meu filho de sua garra, de sua força, e sua responsabilidade", disse Raquel Gomes, mãe curitibana participante do projeto, em seu depoimento que será levado junto com fotos para as exposições. Na grande comoção provocada pela necessidade urgente em garantir direitos equalitários para a comunidade LGBT e vendo no projeto Mães da Igualdade um parceiro para angariar conquistas, o Transgrupo Marcela Prado se aliou à campanha.  Inicialmente e com grande empenho, a presidente-fundadora do Transgrupo Marcela Prado, Carla Amaral, disponibilizou espaço na sede da instituição para manter as obras após a exposição e tem, inclusive, emprestado sua própria casa para as fotos. A mãe da militante, também uma mãe da igualdade, se empenhou em participar da campanha e emprestar sua voz ao movimento que ganha força a cada dia em prol de uma nova “defesa da família”. A família celebrada no conceito do projeto é muito mais inclusiva e igualitária. Nesse sentido, o combate à violência, especialmente contra os crimes de ódio, depende do pleno desenvolvimento também de uma nova consciência coletiva, em que se torna indispensável ouvir o apelo dessas mães, inclusive algumas cujos filhos tiveram a vida ceifada pela intolerância. O projeto continua crescendo com essa visão e procura por mais mães de LGBTs que amem seus filhos e queiram compartilhar essa visão libertária de amor maternal com toda a sociedade.


As interessadas podem enviar mensagem para o endereço eletrônico maes@allout.org.


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