domingo, 31 de julho de 2011

VIII Encontro Regional Sul de Travestis e Transexuais

A equipe do Transgrupo Marcela Prado participou com grande destaque do Encontro Regional Sul de Travestis e Transexuais que aconteceu de 16 a 19 de junho de 2011 que tinha como tema "Um passo para a cidadania, direitos e deveres de todos - Saúde e Educação", promovido pela ONG Igualdade - Rs.
No evento aconteceram discussões de grande importância para a população de Travestis e Transexuais, abordando as conquistas e as ações relacionadas a saúde das pessoas trans, a educação, inclusão e permanencia na escola, o nome social como identidade, segurança pública , as políticas públicas que temos e as que queremos, inclusão no mercado de trabalho e diversos outros temas relacionados a inserção social das pessoas Travestis e Transexuais.

Segundo Jovanna Baby (presidenta da Articulação Nacional de Travestis e Transexuais - ANTRA), o evento realizado pela ONG Igualdade -Rs, foi de grande riqueza e de enormes contribuições para o desenvolvimento e o alcance das conquistas do movimento social no seguimento de Travestis e Transexuais.

* A Diretora Presidente do Transgrupo Marcela Prado e a Profª Andreia Cantelli participaram do evento como palestrantes.


Projeto "Trans News" - Informação de Trans para Trans

 O projeto TransNews surgiu pela necessidade de formar e informar a população de travestis e transexuais acerca de seus direitos e deveres como cidadãs e cidadãos de fato, e o Transgrupo Marcela Prado, desde 2006, tem atuado nos cenários municipal, estadual e federal na promoção e defesa dos direitos humanos desse segmento Houve uma primeira edição do jornal TransNews no ano de 2006 para disseminar conteúdos inerentes às pessoas trans. Após 5 anos o projeto retorna com outra equipe, outro formato e, com certeza, muita informação.
O jornal TransNews, como ferramenta de comunicação, está diretamente relacionado com a missão do Transgrupo Marcela Prado, pois, de uma maneira atual, levará para as mãos de cada travesti e transexual assuntos sobre segurança, educação e saúde, especialmente sobre o combate à Aids. Na primeira edição, as leitoras e leitores terão acesso ao histórico do Transgrupo Marcela Prado, ou seja, entenderão de onde surgiu esta organização e qual a sua real necessidade de existência, poderão conferir o atual trabalho desenvolvido pelo Transgrupo, bem como se interar dos acontecimentos do movimento trans. Além disso, o material objetiva interagir com o público, estando sempre aberto a sugestões e criticas.


*A 4ª edição do Trans News está em fase final confeccção



*Convênio nº101/2010 - SESA – Secretaria de Estado da Saúde – Divisão de DST/Aids e Hepatites Virais.

Carla Amaral - Diretora Presidente do Transgrupo Marcela Prado

Carla Amaral, de Curitiba, estado do Paraná. Fundadora e atualmente atua na presidência do TMP – Transgrupo Marcela Prado - Associação de Travestis e Transexuais de Curitiba, instituição não governamental que atua na promoção e defesa dos Direitos Humanos saúde, educação e inserção social de pessoas Trans.

Hoje, com 38 anos de idade, amadurecida por ter vivenciado o processo de construção da sua identidade gênero muito precoce, desde a infância foram acentuados seus desejos, atitudes e seus direcionamentos eram voltados sempre para o gênero feminino, mesmo nos momentos os quais lhe foram negados a sua verdadeira essência, nunca se reconheceu de outra maneira, era natural para ela agir na condição de menina. Na adolescência, se tornou mais difícil o processo, as cobranças da família e da sociedade eram cada vez mais fortes, mas isso nunca foi barreira, pois a sua feminilidade se tornava assim mais evidente e definitiva.

Tendo como definitiva sua condição de MULHER, mesmo sabendo que encontraria vários obstáculos, iniciou o processo de hormonização, entendia que se fazia necessário a construção corpórea do seu verdadeiro EU, A  CARLA AMARAL

Nome civil para Travestis e Transexuais

NOME CIVIL, UM DIREITO PARA O EXERCÍCIO DA CIDADANA

Professora Andreia Lais Cantelli
E-mail: cantelliandrea@gmail.com

Ao longo da história recente, as pessoas Travestis e Transexuais são protagonistas da desconstrução de uma normativa binária cultural, ou seja, possuem a capacidade de construir sua própria Identidade de Gênero de acordo com os seus mais íntimos e sinceros sentimentos de afirmação, tendo tamanho desejo de adequar corpo e mente, tornando-se assim alvo de discriminação, preconceito e sinônimo de marginalidade. Por esse motivo  e devido muitas vezes a falta da aceitação familiar, a exclusão social e a evasão escolar, as pessoas trans acabaram tornando-se sujeitos sociais conhecidas (os) pela baixa escolaridade, pelo despreparo técnico, pela discriminação no mercado de trabalho e pela prostituição.
Atualmente, mais especificamente a partir do ano de 2000, essa situação vem sendo profundamente transformada, pois as pessoas Travestis e Transexuais estão ocupando cada vez mais postos em diferentes setores da sociedade, passando pela educação, pela área da saúde , funcionalismo público, setor privado, terceiro setor e até mesmo na política. Assim cada vez mais o movimento social no seguimento de Travestis e Transexuais vem fazendo seguidas campanhas, fortes lutas e presença marcante na política das esferas municipal, estadual e do governo federal para adquirir direitos de cidadã (o) para  que as Pessoas Trans possam a cada dia que passa estar mais inseridas nas práticas sociais.
Devido as diversas lutas do movimento social no seguimento de Travestis e Transexuais muitas políticas públicas foram criadas e efetivadas para que as pessoas trans possam agir de maneira mais integra e considerar-se cidadãs (os) na sociedade, como por exemplo a Resolução n.º 1.482/1997 que autoriza a realização da cirurgia de transgenitalização e outros procedimentos médicos necessários para a readequação corporal da (o)  transexual, e diversos programas financiados pelas esferas governamentais que tratam de inserção social, educação, segurança e prevenção.
Mas nem todas as políticas públicas que foram propostas em demanda pelo movimento social  de Travestis e Transexuais para as esferas governamentais foram atendidas de maneira satisfatória que fizessem valer  plenamente o direito e de ser cidadã (o) brasileira (o) das Pessoas Trans. Atualmente tanto nos âmbitos  municipais, estaduais e no governo federal, foram criados paliativos, com as resoluções, determinações, decretos, parênteses e projetos de lei para o NOME SOCIAL de Travestis e Transexuais, mas todos esses “enfeites”, chamados de políticas públicas para a inserção social  através do nome social, não tornam as pessoas Trans cidadãs (os), pois estas ainda precisam  implorar para que sejam percebidas e respeitadas como realmente são, CIDADÃS(ÃOS).
As pessoas Travestis ou Transexuais precisam ser reconhecidas pelo Estado, pelos mais diversos setores da sociedade, pelo jurídico, pela medicina, pela educação como pessoas atuantes e participantes da sociedade, ou seja, cidadãs (os) brasileiras (os) possuidores de “deveres e direitos” , pagadores de impostos e SERES-HUMANOS, mas com um NOME SOCIAL isso é impossível, pois ele apenas é um APELIDO, não dando garantia de direitos e de respeito, transformando a pessoa Trans cada vez mais vulnerável e em apenas um alvo de referência da negatividade implorando para ser reconhecido pela sociedade.
Assim, ao contrário do que as Políticas Públicas sobre o NOME SOCIAL dão a entender, este não é uma conquista, pois com ele o sujeito social pode ser João ou Maria, ou ainda ninguém, pois não é reconhecido por nenhuma instituição social. DESTA MANEIRA O NOME CIVIL SIM, SERIA UMA CONQUISTA, POIS ESTE GARANTE PLENAMENTE OS DIREITOS, OS DEVERES E PRINCIPALMENTE O EXERCICIO PLENO DA CIDADANIA DAS PESSOAS TRANS EM TODAS AS ESFERAS DA SOCIEDADE.

Transgrupo Marcela Prado - Associação de Travestis e Transexuais de Curitiba - Paraná.


O TMP - Transgrupo Marcela Prado, constituído em 16 de Outubro de 2004, é uma ONG, sem fins econômicos com sede no município de Curitiba, Estado do Paraná. Em homenagem a grande pessoa Trans, lutadora pelos direitos humanos das travestis e transexuais, falecida em 2004, MARCELA PRADO. 

O Transgrupo Marcela Prado por finalidade promover a cidadania, a saúde, educação, segurança pública, cultura, a promoção e defesa dos direitos humanos e a afirmação da identidade de gênero das (dos) travestis e transexuais.

O TMP realiza regularmente atividades voltadas para a prevenção de HIV/AIDS – Hepatites Virais e outras DST, essas atividades são feitas com abordagens semanais e atendem as Travestis e Transexuais profissionais do sexo que trabalham em toda Curitiba. Com essa atividade, é garantida a inserção social, a cidadania a prevenção e a promoção da saúde das pessoas Trans.

Outras inúmeras atividades voltadas para a inserção social, promoção dos direitos e deveres e exercício da cidadania das pessoas Trans são realizadas pelo TMP. Entre essas atividades , reuniões são feitas conforme demanda com Travestis e Transexuais para debater e compreender, além de esclarecer, instruir e socializar experiências sobre o processo de construção e afirmação da Identidade de gênero das (os) Travestis e Transexuais. Entre essas atividades realizadas, damos grande destaque também para o dia da Visibilidade Trans, os congressos regionais e nacionais de Travestis e Transexuais e também o Miss Curitiba Trans, além de palestras, seminários, oficinas, workshops .
Atualmente o TMP possui um projeto chamado “Geração Trans”, que tem como instrumento um DVD de mesmo nome, que promove workshops direcionados para profissionais de diversas áreas (professores, profissionais da saúde, área jurídica, acadêmicos) Travestis e Transexuais além de todas as pessoas dos mais diversos seguimentos da sociedade. Também possui um projeto chamado “Trans News” onde coloca em circulação um jornal mensal que leva o mesmo nome do projeto, com assuntos específicos e direcionados para a população de Travestis e Transexuais. Ambos os projetos possuem parceria e são financiados pela SESA (Secretaria Estadual de Saúde – PR – Divisão de DST/AIDS e Hepatites Virais).

O dia da visibilidade Trans desde 2007 é comemorado no dia 29 de janeiro, onde ONG’s do Brasil inteiro no seguimento de Travestis e Transexuais preparam eventos públicos, onde estes tem o objetivo de promover o exercício da cidadania das Pessoas Trans, bem como ações que visam combater o preconceito, a transfobia, a discriminação e as diversas formas de agressão que as (os) Travestis e Transexuais sofrem cotidianamente na sociedade. O TMP comemora esse dia com uma tenda na região central de Curitiba, distribuindo preservativos, material informativo sobre prevenção, e a cada ano é escolhido um tema a ser abordado no evento. No último realizado em 2011 houve uma caminhada com o objetivo de lutar contra a violência, principalmente agressões e assassinatos, sofridos pelas pessoas Trans

Os congressos de Travestis e Transexuais acontecem em duas esferas: regional e nacional. O TMP desde 2005 participa desses encontros onde são discutidas ações de prevenção, inserção social, exercício dos deveres e direitos, cidadania, saúde, educação, segurança entre outros temas relacionados ao cotidiano das pessoas Trans. Os encontros que o TMP possui presença e contribuição garantidas são o Encontro Regional Sul de Travestis e Transexuais e o ENTLAIDS (Encontro Nacional de Travestis e Transexuais), que ocorrem anualmente.

O concurso Miss Curitiba Trans foi idealizado por Carla Amaral (diretora – presidente do Transgrupo), e é realizado pelo TMP anualmente. Agora em 2011 realizaremos a VI edição do concurso, que tem por missão inserir socialmente as Travestis e Transexuais, trabalhando as questões de autoestima, visibilidade, comprometimento social, onde esse concurso não tem como principal objetivo eleger somente a beleza, mas sim a diversidade e construção da identidade da pessoa Trans, e também que as Travestis e Transexuais podem ocupar qualquer espaço da sociedade.
 
                                            Josiane, André, Carla, Lara e Sabrina
O TMP é composto pelas seguintes pessoas e atribuições:
Diretora Presidente: Carla Amaral
Diretora Executiva: Josiane Bougers 
Diretora de Interação com a Comunidade: Lara Moura
Conselho Fiscal:
André Errera Roca
Cacau Fontes
Sabrina Mab Taborda